FILMES DE MÁFIA
Fazia muito tempo que eu não escrevia para esta sessão, um pouco por causa de outros projetos e colunas, mas como vocês devem imaginar, fazer os 10 mais além de ser uma grande responsabilidade por ser nossa opinião antes de qualquer coisa. Dá trabalho pesquisar e reunir informações sobre 10 filmes de um determinado tema. Mas como vocês devem imaginar, fazer um 10 mais não é um fardo, e sim um prazer. Afinal de contas, somos todos cinéfilos.
Trilogia O Poderoso Chefão (The Godfather de Francis Ford Copolla, 1972, 74 e 90)
Este é um dos (só não é “o” por que tem um filme com o tema de 71) filmes mais antigos com o tema, e um dos maiores do gênero e tem seguidores até hoje não só no cinema como nos videogames tendo 2 títulos lançados pela EA. A história gira em torno da Família Corleone e como administravam os negócios na Mafia. Foi a consagração na carreira de Marlon Brando e o chute inicial na carreira de Al Pacino.
A Produção serve de base para inúmeros filmes do gênero e as referencias de produções a este clássico perduram até hoje. Particularmente eu acho que o filme não deve estar neste posto, mas como faço parte da minoria… De qualquer forma é indiscutivel falar que este sem sombra de dúvida é uma obra prima do cinema. Depois deste o único filme que presta que Copolla fez foi Drácula, e depois deste não se ouviu falar mais nada. Com certeza este é um filme obrigatório para aqueles que querem aprender e um dia poder falar sobre cinema, tanto que a quem diga que o cinema sobre máfia tem 
um antes de Don Vito e um pós. Eu já dividiria isto em um Antes e Depois de Martin Scorsese.
A cena que marcou foi o tiroteio com o take nas laranjas caindo, além da imagem do próprio Don Vito, na pele de Marlon Brandon com algodão nas bochechas e tudo.
Scarface (Scarface de Brian de Palma, 1983)
Tony Montana veio de cuba para Los Angeles para trabalhar em lanchonetes, e acabou vendo que os “Latinos” não tem vez na terra do Tio Sam. Pensando nisso montou um império da cocaíne que também foi o seu castigo. Trazendo Al Pacino que havia se revelado em O Poderoso Chefão deu vida a este personagem histórico. Na minha modesta opinião muito melhor que o anterior. Dirigido por De Palma serviu mais uma vez para solidificar a carreira de Pacino no cinema.
Na década de 80 as drogas corriam solta e todos os que viram o filme e que utilizavam da “caspa do diabo” como era chamada (eu tinha 3 anos na ápoca ne gente, nem sabia o que era isso) se viram na pele deste que veio do nada e montou um império, só não queriam ter o mesmo fim que ele. Assim como o seu antecessor este também trilhou o mundo dos games, infelizmente não obteve o mesmo sucesso. Acredito por ser demasiadamente parecido com GTA. 
A cena clássica é o final, quando o seu império está em ruínas e está sendo atacado por todos, ele cheira uma montanha de cocaína, sai com uma metralhador nas mãos e fala a frase “Say hello to my litle friend!” (Diga oi pra minha pequena amiga!).
Os intocáveis (The Untouchables de Brian de Palma, 1987)
Após anos O Poderoso Chefão sendo considerado instransponível e insubstituível como filme que visa mostrar a realidade da mafia,eis que surge pelas mão de Brian de Palma o filme que pra mim é o melhor deste gênero. estou falando de Os Intocáveis.
A história gira em torno da Lei Seca e como Al Capone montou o seu império da bebida em chicago, além de mostrar como Eliot Ness e sua trupe conseguiu desmantelar este império.
Com interpretações inesquecíveis de Kevin Costner e Robert DeNiro e a direção competentíssima de de Palma, fazem deste o filme que é até hoje tido como uma biografia de Al Capone. Além destes o elenco ainda contava com Sean Connery e Andy Garcia (que ainda estava engatinhando no cinema) para contar a história não só de Capone como Ness.
Lembro de assistir o filme com meu pai que me falou que o filme era uma obra na época, não só pela história como pelas cenas que marcaram e são comentadas até hoje, como a emboscada na ponte do Canadá ou a “tensa” cena da estação de trem.
Os Bons Companheiros (Goodfellas de Martin Scorsese, 1990)
Em 1942 nascia Martin Marcantonio Luciano Scorsese, apesar do nome e muita gente pensar que ele é italiano se enganou. Este aspirante a padre que inclusive frequentou o seminário, viu no cinema a profissão da sua vida, fazendo pequenos filmes conheceu Robert DeNiro em Taxi Driver – Motorista de Taxi (Taxi Driver, 1976), filme considerado surrealista na época e que hoje é tido como cult. Dirigiu o vídeo clipe BAD de Michael Jackson, fez o polêmico A última tentação de Cristo (The last temptation of Christ, 1988) e após este filme, é tido como mestre em filmes sobre Mafia.
Os Bons Companheiros traz o trio que ficaria marcado para o resto da vida, Robert DeNiro, Ray Liota e Joe Pesci. O filme narra a históra veridica de ascensão e queda de Henry Hill e a escalada na “Família” ao lado de Jimmy Conway e Tommy DeVito. O filme é um clássico do gênero e antes mesmo dos créditos iniciais já mostra a que veio, pra quem não gosta de violência explicita nem se arrisque a assistir a película.
Com atuações impecáveis dos três atores, hoje é impossível falar de filmes deste gênero e não ligá-los aos três ou ao Martin Scorsese, onde pra mim até hoje, este tipo de filme de história é insuperável, sendo obrigatório telo na coleção de qualquer cinéfilo.
E um aviso, jamais chame Tommy de engraxate, jamais… você pode não sobreviver para pedir desculpas mais tarde ;)
Desafio no Bronx (A Bronx Tale de de Robert DeNiro, 1993)
Bronx, 1960. Um garoto de nove anos (Francis Capra), filho de um motorista de ônibus (Robert De Niro), testemunha um assassinato cometido pelo principal gângster do bairro (Chazz Palminteri), mas quando a polícia o interroga ele não delata o criminoso. A partir de então surge uma amizade entre os dois, que seu pai não aprova, pois não quer ver o filho envolvido com um criminoso. Mas através dos anos este vínculo cresce e é algo, sendo impossível de ser impedido ou controlado.
O filme traz a tona o lado familiar de quem vê um ente querido 
entrando para este mundo que não se tem como voltar. Pontos para Robert DeNiro que teve seu debut como diretor nesta produção. Além disso o ator mais uma vez fazendo trabalhos do gênero aparece como o pai que não quer ver seu filho neste mundo, diferente de outras produções onde ele é o mandachuva do esquema mafioso.
Pulp Ficition – Tempos de Violência (Pulp Fiction de Quentim Tarantino, 1994)
Em 1994 o mundo conheceu de uma vez pro todas o trabalho de Quentim Tarantino que viria a se tornar anos depois o diretor mais Cult de Hollywood. O filme ganhador do oscar de melhor roteiro traz várias histórias paralelas que se entrelaçam em algum momento na película, podemos dizer que se não foi o Tarantino que inventou este módulo de narrativa, certezamente foi ele quem difundiu esta maneira de se contar histórias.
O mais legal na película é que não existe mocinho nesta história, só vilões, e é um por cima do outro 
para ver quem se da melhor, ou quem leva o menor prejuízo. A história tem de tudo um pocuo, romance, aventura, drama, comédia e ação e com certeza é obrigatório qualquer um que goste de cinema assitir a resta obra prima.
Cassino (Casino de Martin Scorsese, 1995)
Quem não assistiu Cassino nunca assistiu a filme de gangsters. É com esta frase que eu defino simplesmente o melhor trabalho como diretor de Scorsese. A história é linda, o desfeixo é maravilhoso, e o elenco… só faltou mesmo o Ray Liota para dizer que é uma sequencia de Os Bons Companheiros.
Através de três personagens básicos: um diretor de cassino (Robert De Niro) com um passado comprometedor; uma prostituta de alta classe (Sharon Stone), que dominava a todos, menos o seu cafetão; e um gângster (Joe Pesci), que tomava conta do diretor do cassino e passa gradativamente, a seguir os passos dela, é criado um painel de Las Vegas dos anos 70, quando a Máfia controlava o jogo, até o gradual surgimento das grandes corporações, que ficaram no lugar das quadrilhas e transformaram a cidade em uma Disneylandia.
A apresentação dos acontecimentos é simplesmente perfeita, mostrando como DeNiro saiu do anonimato para se tornar um 
gerente de Cassino, e como a sua esposa o ajudou a cavar a sua própria cova.
Caso por algum motivo você não tenha visto ainda esta produção, pare tudo e vá correndo comprar este filme para assistir. Sim… comprar, por que certamente você mais cedo ou mais tarde vai ter vontade de ver o filme novamente.
Jogos, Trapaças e dois Canos Fumegantes (Lock, Stock and Two Smoking Barrels de Guy Richie, 1998)
Seguindo a nova safra de diretores que não tem medo de inventar e inovar em frente as câmeras surge Guy Richie, diretor inglês com a mesma sacada de Tarantino, que mostrou em seu segundo trabalho a que veio.
Na trama, Eddy (Nick Moran) e seus três amigos, Sabão (Dexter Fletcher), Bacon (Jason Statham) e Tom (Jason Flemyng) estão sempre metidos em enrascadas. Eles acabam descobrindo uma sessão secreta de jogos de cartas comandada por um “negociador”, Harry Machado (P.H. Moriarty), e resolvem juntar suas economias para tentar ganhar um dinheiro fácil, já que Eddy é um “especialista em ganhar”. Depois de perder muito mais do que poderiam, eles tem de pagar o que devem sob a pena de perderem um dedo a cada dia de atraso. Quando escutam que seus vizinhos pretendem fazer um 
grande assalto, os seus problemas parecem ter sido resolvidos.
Seguindo a mesma linha de Pulp Fiction, com vai e vem de histórias cruzadas, este filme consegue não só divertir como mostrar como as coisas funcionam no submundo da terra da rainha.
Snatch - Porcos e Diamantes (Snatch de Guy Ritchie, 2000)
O que Judeus, Cachorros, Russos, Negros e Ciganos tem em comum?
Para descobrir a resposta para esta piada, só vendo mesmo a esta obra de Richie que traz além do elenco do seu sucesso anterior, Brad Pit em um papel principal.
Na trama Frankie Quatro-Dedos (Benicio Del Toro) é um ladrão de diamantes que também faz o trabalho de intermediário de peças roubadas. De passagem por Londres, ele precisa chegar até Nova York para vender alguns diamantes de seu chefe, Avi (Dennis Farina). Porém, a tentação é mais forte e ele acaba dando uma pausa em sua viagem para apostar em uma luta ilegal de boxe. Enquanto isso, dois promotores de lutas chamados Turco (Jason Statham) e Tommy (Stephen Graham) se unem a um fazendeiro local, Tijolão (Alan Ford), na tentativa de convencer Mickey O'Neil (Brad Pitt), um pugilista cigano, a participar de uma luta sem luvas, onde vale tudo. O'Neil inicialmente não aceita a proposta, mas termina concordando em participar de uma luta da dupla. Já Avi, impaciente com a demora de Frankie Quatro-Dedos, contrata "Dente de Bala" Tony (Vinnie Jones) para encontrá-lo e trazer consigo os diamantes.
Assim como seu antecessor, o que dá a pitada cômica na produção (além de algumas montagens engraçadas) são os nomes dos personagens, afinal de contas o que você faria se soubesse que Bóris o Esquiva Bala, Tony Dente de Bala e Tijolão quisessem falar com você?
Os Infiltrados (The Departed de Martin Scorsese, 2006)
De todos os filmes aqui listados, na minha opinião este é o mais fraco, talvez por não ser uma história original, já que o trabalho foi espelhado em um filme japonês.
A polícia trava uma verdadeira guerra contra o crime organizado em Boston. Billy Costigan (Leonardo DiCaprio), um jovem policial, recebe a missão de se infiltrar na máfia, mais especificamente no grupo comandado por Frank Costello (Jack Nicholson). Aos poucos Billy conquista sua confiança, ao mesmo tempo em que Colin Sullivan (Matt Damon), um criminoso que foi infiltrado na polícia como informante de Costello, também ascende dentro da corporação. Tanto Billy quanto Colin sentem-se aflitos devido à vida dupla que levam, tendo a obrigação
de sempre obter informações. Porém quando a máfia e a polícia descobrem que entre eles há um espião, a vida de ambos passa a correr perigo.
Este não é nem de longe o melhor trabalho de Scorsese, mas também não é o pior.
Era isso minha gente, até o próximo 10 mais ;)
Os Cavaleiros (The Horsemen de Jonas Akerlund, 2009)
Quando fiquei sabendo sobre este filme fiquei muito curioso para ver o resultado deste devido a sua premissa…
