CINE:Phobia - De Cinéfilo para Cinéfilos

Mais um ano vai, outro ano vem… e com este ano que termina vão-se 10 anos do segundo milênio, ou do século 21 como você preferir. Com isso em mente, Blade teve a belíssima idéia de fazer um 10 mais com os 10 filmes mais importantes (na nossa modesta opinião) destes últimos 10 anos, tendo como critério somente filmes que fizeram tremer a 7ª arte. Foi difícil encontrar filmes que tiveram um grande impacto independente do seu seguimento, mas que tenha ficado marcado na memória de cada um de nós… e como este ano tudo vai ser 10 (até o ano), nada melhor que um 10 mais para fecharmos com chave de ouro este ano que rendeu tantos posts por aqui. Mas vamos a lista…

Melhores filmes da Década

Gladiador (Gladiator de Ridley Scott, 2000)

Com este filme Ridley conseguiu não só consolidar a carreira de Russel Crowe como entrar para o hall dos diretores mais conceituados da história. O filme narra a vida e morte de Maximus Decimus Meridius, Romano braço direito de Caezar que vai ao inferno e volto como gladiador para confrontar o própio imperador.

Não bastasse a história o filme decididamente é um clássico completo, com elenco estrelado e trilha sonora que consegue unir drama e ação na mesma cena, além de transcender o idioma falado.

O filme marcou a volta dos filmes épicos ao cinema Blockbuster, tarefa essa que só havia acontecido na época de Ben-Hur, grande campeão do Oscar que mostrava Charlton Reston como um Hebreu que também voltava do inferno para se tornar não gladiador mas corredor de biga. Para se igualar ao ícone, só faltou ganhar 11 estatuetas, tarefa esta que só foi conseguida por Titanic e Senhor dos Anéis.

O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring de Peter Jackson, 2001)

No dia 27 de Dezembro de 2001 era lançado nos cinemas brasileiros a saga de J.R.R. Tolkien e sua mistica Terra Média com direito a Elfos, Anões, Hobbits e tudo mais. O filme foi um marco no cinema pois mostrava a cidade imaginária de Tolkien como se estivesse aqui ao lado. Mérito exclusivo para Peter Jackson que se consagrou como diretor sendo hoje um dos mais bem pagos da indústria.

Também foi o primeiro filme que teve sua história dividia em três partes, sendo que cada uma seria lançada em um ano. Diferentemente dos filmes lançados nos mesmos moldes, O Senhor dos Anéis foi concebido desta forma, assim como seus livros também o foram. Triste para aqueles que não conheciam o universo e saíram reclamando de dentro do cinema que o filme não tinha fim. Mal sabia eles que o fim viria dois anos depois.

Cidade de Deus (Cidade de Deus de Fernando Meirelles, 2002)

Meirelles conseguiu provar que mesmo com pouco dinheiro era possíve fazer cinema de qualidade no Brasil. Com Cidade de Deus ele tirou a terra tupiniquim do cenário de porno chanchada e comédia e levou para o cinema de ação e drama contando a história veridica de uma das maiores favelas do Rio de Janeiro.

O filme na época chegou a ser confundido com produções estrangeiras tamanha era a diferença do que era visto por aqui. Com certeza CDD foi o divisor de águas para o cinema nacional, existe o cinema antes e depois de CDD.

O mais impreenssionante foi o trabalho feito pelo elenco que era quase que 100% estrelado por desconhecidos, alguns foram abraçados pela indústria de entretenimento, outros nem tanto mas com certeza todos entraram para história com o filme.

Infelizmente o filme tirou o cinema nacional do cenário pornô, mas acabou jogando ele em outro cenário, o de filmes sobre favela. Problema dos diretores brasileiros que só querem fazer filme sobre isso pois viram que dá dinheiro.

O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (The Lord of the Rings: The Return of the King de Peter Jackson, 2003)

Somente três filmes na história da 7ª Arte ganharam 11 Oscars, e após Ben-Hur e Titanic, a terceira e derradeira parte da saga criada por Tolkien e contada por Peter Jackson alcança esta máxima honra. Muitos falam inclusive que não deram todas as estatuetas para a produção para não ultrapassar os citados, também com 11 Oscars, quem em vai se queixar né.

A vitória e a entrada para o Hall dos mais bem sucedidos filmes da década veio tarde, mas não falhou. Roubado no ano anterior já que a academia não deixou As Duas Torres concorrer em todas as categorias tinham a obrigação de não cometer o mesmo crime no ano posterior. A academia disse que se ele concorre-se as outras produções não teriam chance. O problema é dos outros certo.

A história mostra a conclusão da saga do Um Anel e como a sociedade consegue derrotar Sauron e sua orda. A história que foi contada em 3 volumes deve ser comprada e não alugada. Simplesmente espetacular.

Crash – No Limite (Crash de Paul Haggis, 2004)

Considerado o azarão na entrega do Oscar, o grande campeão se destacou pela simplicidade em contar uma história que na verdade acontece todos os dias, mas que é tão comum que nunca paramos para observar.

Jean Cabot (Sandra Bullock) é a rica e mimada esposa de um promotor, em uma cidade ao sul da Califórnia. Ela tem seu carro de luxo roubado por dois assaltantes negros. O roubo culmina num acidente que acaba por aproximar habitantes de diversas origens étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano policial racista, um detetive negro e seu irmão traficante de drogas, um bem-sucedido diretor de cinema e sua esposa, e um imigrante iraniano e sua filha.

Com um elenco estreladíssimo, ele consegue prender o espectador do início ao fim, alé de ter uma das sequências mais tensas de todos os tempos.

King Kong (King Kong de Peter Jackson, 2005)

Após o que ele fez com O Senhor dos Anéis, ele definitivamente entrou para um seleto grupo de diretores. Tanto que levou para casa U$ 20 milhões para trazer de volta a magia do filme que conta a história do macaco que se apaixona por uma garota.

O mais interessante foi que ele conseguiu utilizar os efeitos que haviam na época para contar a mesma história contada na década de 50, é como se ele tivesse remasterizado o filme ao invés de fazer tudo novo. Infelizmente este não levou uma sacolada de Oscars pra casa… acabou ficando só com 3 Oscar, mesmo assim, Jackson fez 4 filmes na década e ganhou quase 20 Oscars, a conta está ótima você não acha?

300 (300 de Zack Snyder, 2006)

Zack Snyder conseguiu fazer o que Robert Rodrigues não fez em Sin City. Levar toda a mágia da HQ para a grande tela. A riqueza de detalhes em comparação a HQ beira o absurdo, tamanho o cuidado que ele teve em recriar o universo. A preocupação foi tanta que ele utilizou a própria para servir de Story Board para o filme.

O filme conta a história fictícia criada por Frank Miller da empreitada do Rei Leônidas e seus fiéis 300 guerreiros contra a orda do rei Xerxes em busca da destruição de Esparta.

Com sequências de tirar o fôlego e dar inveja até em John Woo, o filme tem lugar garantido e merecido na nossa lista dos melhores filmes da última década.

Harry Potter e a Ordem de Fênix (Harry Potter and the Order of the Phoenix de David Yates, 2007)

Blade que me perdoe, mas Harry Potter é um porre, com exceção deste filme que finalmente nos levou a magia e a guerra entre os bruxos marcando assim a entrada na adolescência de Harry e seu colegas Ron e Hermione.

Harry Potter (Daniel Radcliffe) retorna à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, para cursar o 5º ano letivo. Logo ele descobre que boa parte da comunidade bruxa foi levada a acreditar que o retorno de Voldemort (Ralph Fiennes) foi uma mentira inventada por Harry, o que põe sua credibilidade em dúvida. Além disto, o Ministro da Magia Cornélio Fudge (Robert Hardy) impõe à escola a presença de Dolores Umbridge (Imelda Staunton), que torna-se a nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas. Acontece que as aulas de Umbridge, apesar de aprovadas pelo ministério, abrangem apenas temas amenos, deixando os alunos despreparados para os perigos dos dias atuais. Incentivado por seus amigos Rony (Rupert Grint) e Hermione (Emma Watson), Harry decide encontrar-se em segredo com um grupo de estudantes, visando a prática de magia. O grupo se autodenomina como a "Armada de Dumbledore", mas logo passa a ser vista como uma ameaça ao próprio Ministério da Magia.

Sem sombra de dúvida o melhor de todos os filmes lançados.

O Cavaleiro das Trevas (The Gothan Knight de Christofer Nolan, 2008)

Quem disser que houve outro filme melhor que este em todos os sentidos por favor pronuncie-se.

Apesar de largar bem atrás em produções, a DC Comics (Rival da Marvel) consegue um mega sucesso (que nunca foi alcançado por um filme da Marvel) na sua terceira tentativa.

A história tinha tudo para dar certo desde o primeiro filme do Morcegão que veio para apagar de vez a imagem caricata de seriado dos anos 70 criada por Tim Burton (Que milagrosamente não tem Johnny Depp no elenco) e colocá-lo no seu devido lugar. O cuidado foi tanto que contrariando a todos e para afastar de vez os fantasmas e erros do passado Cristopher Nolan optou por trabalhar com um vilão que nunca tivesse aparecido no universo do Homem Morcego.

Missão cumprida, portas abertas para o seu principal vilão… O Coringa… E QUE CORINGA! Mérito único e exclusivo de Heath Ledger que foi o segundo (e grande merecedor) a receber o Oscar póstumo por sua brilhante atuação.

Encerro com uma frase da crítica especializada, o único problema de Cavaleiro das Trevas é que eles terão que superá-lo.

Avatar (Avatar de James Cameron, 2009)

Para encerrar esta lista não poderia ser outro filme para ser a cereja do bolo. A produção que pode ser a criptonita de James “Titanic” Cameron na pior das hipóteses mostra que ele é competentíssimo e a que veio. 10 anos de produção para nos levar a um universo que eu só vi tamanha preocupação em detalhes em O Senhor dos Anéis e Star Wars.

No futuro, Jaze é o ex-fuzileiro naval paraplégico enviado a um planeta chamado Pandora. Lá, além da riqueza em biodiversidade, existe também a raça humanóide Na'vi, com sua própria língua e cultura. O que evidentemente entra em choque com os humanos da Terra.

A história pode ser a mesma, mas com certeza a tecnologia não é, e repito o que já falei no post sobre o filme, se você nunca viu um filme 3D, este é o filme perfeito pra você conhecer a tecnologia.

Claro que além destes filmes, existem vários outros que não entraram na lista, afinal de contas são 10 anos, 3650 dias, 87,600 horas que destas horas, se você assistiu uma média de 1 filme de 2 horas por dia nos últimos 10 anos você acumulou um total de 7,300 horas de cinema. E então somos ou não somos Cinéfilos?

Que venham mais 10 anos regados a muito cinema, diversão e cultura… Assim encerramos a coluna e encerro aqui também meus posts para este ano. Nós do Cine:PHOBIA deixamos aqui nosso feliz Ano Novo, que todos nós entremos em 2009 com o pé direito, e vamos comemorar as nossas conquistas de 2009 e corrermos atrás do que não fizemos neste ano em 2010.

Abraços a todos e até 2010!