
Conta Comigo
Não pro acaso sou tido como saudosista por quase todo mundo. Mas a palavra nos remete a coisas velhas, mas nem por ser velho quer dizer que é ruim... ou bom. Muitas das produções que foram feitas na década de 80 ou 90 estão sendo refeitas ou continuadas e o que prova que realmente existiu muita coisa boa naquela época.
Esta firula inicial é para justificar o tema do filme Conta Comigo (Stand by me, 1986 de Rob Reiner) clássico oitentista que é tema do Há 20 anos desta vez.
Na história do filme 4 garotos na casa dos 12 anos de idade vivem em seu mundo na casa da árvore fazendo pequenas transgressões. Estas que no final da década de 50 (que se passa a história) é fumar cigarros e ver revistas de mulheres nuas escondidos. Tudo iria como sempre foi até que um deles, o Vern, chega contando sobre a conversa que ouviu do seu irmão mais velho, sobre o menino que havia desaparecido há dias e que estaria supostamente morto. Seria uma história bizarra na fosse a genialidade do diretor que mais tarde nos brindou com A História de nós dois (The Story of Us, 1999) e o belíssimo Antes de Partir (The Bucket List, 2007), onde o foco do filme não é sobre o caso do menino morto, mas sim dos 4 meninos vivos que paralelamente estão mortos para a sociedade.
Gordie Lachance (Wil Wheaton) é um talentoso escritor que é (e sempre foi) ignorado pelos pais devido ao irmão ser um possível sucesso no Futebol Americano, este sim dava atenção ao irmão. Chris Chambers (River Phoenix) o deslocado do grupo, ou podemos chamar de laranja podre, que só entende e é entendido pelo seu melhor amigo, Gordie. Teddy Duchamp (Corey Feldman) que foi espancado e teve a orelha “frita” pelo próprio pai, um maluco veterano de guerra. E para encerrar Vern Tessio (Jerry O'Connell) que é superprotegido e o mais “bobo” da turma.
O engraçado de se focar nos personagens é que todos já fomos ou tivemos vontade de ser cada um deles, ou ainda tivemos amigos que se encaixavam na descrição de cada um deles. Aos 12 anos vivemos (posso dizer por mim) as voltas de dúvidas como os “amigos de verdade”, aqueles que damos a vida para proteger, sempre andando em bandos para falarmos sobre revistas em quadrinhos, ou para organizar aquela festinha de garagem para poder dançar (só dançar) com a menina mais bonita da rua. Sim, na década de 80 o mundo de um garoto de 12 anos é a sua rua, já que é muito novo para andar por todo o bairro.
Hoje as coisas já não são mais assim, já não existe mais esta inocência, o bombardeio de informações é tanto que às vezes temos dúvidas de coisas que antigamente pareciam certas, como casar, ter filhos, e por ae vai, sendo que naquela época retratada no filme o único medo seria encontrar pela frente o temível “Bocarra” e a frase “Bocarra, pega no saco!”. Cada um dos atores pôde (infelizmente) ver o que acontece quando crescemos de verdade, deles o ùnico que teve um certo sucesso foi Jerry O'Connell que se estabeleceu como ator de seriados. E o que era o mais promissor e acabou partindo cedo foi River Phoenix.
Retornando, o filme consegue retratar cada um destes detalhes já que o narrador é o talentoso (e hoje desaparecido) Richard Dreyfuss, onde em uma simples tomada consegue mostrar o antes e depois de cada um deles.
Encerro aqui com a frase dele no filme...
"Nunca mais tive amigos como aos que tinha aos doze anos de idade. Mas por Deus, alguém tem?”
Um comentário:
Josef muito bom, vi que tu é saudosita mesmo!! lembrei desse filme pela parte do trem, me corrige se eu estiver errado mas é neste filme que os garotos entram uma lagoa e saem cheios de sanguessugas pelo corpo, srsrsr
Cláudio
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