quinta-feira, 15 de maio de 2008


Tenho medo dos "Aclamados"


Acho que o papo é um pouco polêmico, mas como o blog é meu mesmo, acho que posso me dar o luxo, claro que qualquer crítica construtiva ou destrutiva é bem vinda, afinal de contas é pra isto que eu escrevo minhas opniões...

Começando pelo título, não por acaso, ele teve um motivo para ser escolhido. Vocês já notaram que toda vez que querem vender um filme, empurrar guela baixo mesmo, eles sempre vem com a conversa "Dos aclamados", ou "Dos premiados". Sim, diretores, atores, produtores, roteristas, e normalmente esse alguém a gente nunca ouviu falar na vida.

Nada contra os festivais de cinema, mas quem ainda acredita na idoniedade das premiações. Quantos filmes, atuações deveriam ser feitas e não foram. As duas torres, segunda parte da trilogia do anel, não teve nem oportunidade de entrar na votação. Cidade de Deus foi ludibriado e depois vieram com uma indicação de consolação que sabíamos que não seria verdade.

Tenho como prerrogativa que quando um filme é lançado, em propagandas ou no trailer vem com este papo mostrando elogios dos "grandes conhecedores do cinema", fujam feito loucos.
Estas pessoas que dão estes títulos para estes diretores "meia colhé" (como se diz em Ijuí/RS), são pessoas que viram E o vento levou... no cinema (Não que o filme seja ruim). Nada contra eles, até por que me ensinaram a respeitar os mais velhos, e se estão neste posto mereceram isto. Mas tudo nesta vida tem que ser atualizado, até por que quem gosta de passado é museu.

Fico irado quando ouço os "conhecedores" falando sobre o Woody Allen ou outros... que são os melhores, são contemporâneos ou que são magníficos. Isso não se aplica só ao cinema, exitem casos também na música, futebol, televisão e outros. Por exemplo, quando falam de Roberto Carlos, sempre mencionam o nome dele seguido do adjetivo "O REI", MEU DEUS, as pessoas que hoje dominam a audiência do rádio e compras de discos e cd's (que é minoria por causa do MP3) nem sabem o que ele fez. No máximo conhecem duas músicas e sabem que ele é o cara que faz o especial da Rede Globo no final do ano, mas que não vêem. Convenhamos se no começo da carreira Roberto carlos tivesse 10 fãs, hoje só teria 1 por que os outros empacotaram, o destino deste como muitos outros é entrar na roda dos "Você se lembra?", aqueles que se ninguém fala ninguém lembra mais...

Mas o foco da conversa é cinema então voltamos os olhos para os grandes críticos do Brasil.

Rubens Ewald Filho e Arnaldo Jabor. Cara, o que faz eles acharem que podem formar opiniões contra os filmes. Eles analisam os filmes de hoje com o olhar crítico de quem fez filmes que nem meu pai lembra mais. Uma vez li críticas do Jabor dele falando que A Outra Face (Face off de John Woo 1997) queria acabar com o mundo e que 300 (300 de Zack Snyder 2007) era uma grande palhaçada, o engraçado é que ambos foram sucesso no cinema e 300 entrou para cultura POP do cinema mundial devido ao estílo de direção. Como podemos afirmar que milhões de pessoas que investiram dinheiro e tempo para assistir a película estão erradas? Como podemos confiar na opinião de uma pessoa dessas? Em certas carreiras a experiência de anos conta muito, como medicina por exemplo. Mas em outros ramos, como no cinema, para algumas pessoas existe a tendência de se ficar presa a um esteriótipo de época que já morreu. É como se hoje você quisesse fazer filmes preto e branco ou mudo. Em uma época de filmes como Matrix, Senhor dos Anéis (só pra citar 2 deles), Câmera Digital, Som Digital, Seres Digitais, Era Digital, não podemos vir com este papo de que prêmios e outras intitulações vão convencer as pessoas a verem seus filmes.

Vocês podem se perguntar que eu só vejo filmes "digitais", não, adoro ver um bom filme seja ele digital ou não, cinema é como música, quando é bom, é bom e pronto, independente do gênero, cantor ou outra coisa. Mas não podemos achar que só por que foi o Woody Allen que fez a obra ou por que Arnaldo Jabor deu nota 10 pra ele e chorou enquanto o viu no cinema que ela é maravilhosa.

Rogo para que os novos cineastas fujam deste tipo de possível verdade da indústria.
Assim teremos mais Cristopher Nolan's e M. night Shaymalan's para fazer obras dignas de nosso dinheiro e tempo dentro de uma sala de cinema.Outra questão é a pressão dos grandes estúdios, na minha opnião se não existisse tanta pressão dos produtores e estúdios poderiamos ter mais trabalhos como Cloverfield, Monster, Doce Novembro, Amnésia, Matrix, e menos trabalhos como Aeon Flux, 10.000AC, Menina Má.com ou Olho que tudo vê.

Deixem livre a mente dos criadores e talvez poderemos ter uma fatia bem maior de divertimento no cinema. Com menos "Aclamados e Premiados" diretores e mais diretores competentes. Aliás... não sei se lembram mais a muito anos atrás um jovem diretor resolveu fazer um filme sobre um simples motorista sendo perseguido por um caminhoneiro maluco. Na época houvesse quem não desse futuro para sua carreira, afinal quem gostaria de um filme com esta premissa. Acho
que a grande maioria está errada. Este diretor é o Steven Spielberg, fez Encurralado, um dos, se não o primeiro filme de sua carreira, que se imortalizou com E.T. o Extra Terrestre. Mas nem por isso ele deixou de fazer bombas, alguém já viu o Hook - O Capitão Gancho? Dá até medo de lembrar...

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